do fim do caminho
ao amigo Zé Lopes,
para quem ele quiser...
um dia
já no fim do caminho
te hei-de dizer adeus
quando a tua sombra
ainda
me enfeitiçar de morte
o olhar já vítreo
haverá sempre um cais verde-musgo
onde
mesmo assim
numa réstia do amor
dolorosamente esquecido,
conseguirei reinventar a tua LUZ
i r r a d i a n d o
por entre os mastros escuros e esguios
dos navios dançando ancorados
no mar revolto
da minha corrente sanguínea
te direi adeus
mesmo que
das brumas da distância que o tempo não perdoou
te vislumbre ainda uma lágrima
para sempre perdida